sexta-feira, 28 de maio de 2010

É bom, não achas ?

Entrego-me a ti, que me saltas do peito, para que me sintas pulsar no teu sangue e no teu corpo.
Adormeço teimosamente no refúgio profundo dos meus pensamentos paranóicos.
Sim, já te encontro no limiar de mim mesma, nessa aflitiva sensação de loucura permanente.
Sim, és tu o meu refúgio. Sim, és tu.
Caminho, tropeço e levanto-me. Já não combaleio. Por vezes isso até cansa.
Encontro-te num bosque luminoso, onde o sol perscruta decidido as sombras numa busca de rei sem trono e me descreve em declínio as razões menos palpáveis da existência.
A minha busca é de mim em ti... como se a tua sombra fosse uma pomba que se cansou de ser mensageira e quer apenas existir.
Estou nessa espécie de paradigma. Cambaleante sigo os reflexos desse tal sol anémico que cintila por entre as folhas e aflige-me vê-las caídas no chão massacradas pelo vento.
É a lei da natureza que as mata ou é a lógica de tudo que morre para renascer ?
Malvadas interrogações que me martelam o espírito à laia de bêbado pedinte !